13 de ago. de 2010

"Investidores querem empresas usando GRI nos relatórios de sustentabilidade"

"O grupo de engajamento da coordenação brasileira dos Princípios para o Investimento Responsável (PRI) decide enviar carta às empresas que fazem parte do índice IBRX 100 da BM&FBovespa para que empreguem o Global Report Initiative (GRI) na elaboração de seus relatórios de sustentabilidade. “O GRI é uma ferramenta usada internacionalmente que permite avaliar e comparar empresas, setores e a sua evolução ao longo do tempo”, explica a analista de Investimentos Responsáveis do Santander Asset, Maria Eugênia Buosi, que falou com o Sociedade Sustentável durante evento realizado no Banco Santander, em São Paulo, para discutir o assunto.
O relatório de sustentabilidade é uma ferramenta de comunicação do desempenho social, ambiental e econômico das organizações e o GRI é considerado o modelo mais completo e difundido no mundo para sua elaboração. De acordo com Aloízio Macário, da Previ – Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil, a adoção do GRI vai ajudar os investidores no momento da avaliação dos investimentos e, portanto, dos riscos. 
Riscos - De acordo com o executivo, no momento, a Previ trabalha para mostrar às companhias no Brasil a importância da abordagem das questões levantadas nos relatórios de sustentabilidade. “Na próxima etapa, queremos evoluir para traçar uma comparabilidade dos relatórios, ainda que setorialmente”, explica Macário. “No âmbito externo, queremos juntar outros signatários do PRI para que as empresas recebam uma carta dizendo que nós, investidores, queremos que as empresas usem o GRI.
A Previ é o maior fundo de pensão da América Latina e está entre os 40 do mundo em patrimônio. Segundo Macário, no portfólio da Previ, há 39 companhias que contam com investimentos da organização e várias delas fazem parte do IBRX 100. “Pesquisa mostra que, das 39 empresas, 61,5% possuem algum tipo de relatório de sustentabilidade e, destes, 41% fazem o relatório usando como ferramenta o GRI, um padrão que pegou internacionalmente.” Por meio da participação nas companhias e nos seus conselhos, os representantes da Previ têm focado na redução dos riscos e estão conseguindo abordar as questões relativas às atividades empresriais num horizonte de longo prazo, explica Macário.
Maria Eugênia, do Santander, lembra que empresa que se expõe a riscos pode ter no futuro seu valor comprometido. “O investidor quer saber dos resultados da empresa nas áreas ambiental e social”, diz.
Investidores - Os Princípios para o Investimento Responsável (PRI) foram elaborados por investidores institucionais líderes e contam com o apoio da Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e do Pacto Global das Nações Unidas. O PRI inclui critérios ambientais, sociais e de governança, que ajudam a alcançar melhores retornos de investimentos de longo prazo e mercados mais sustentáveis. A adesão é voluntária. No Brasil, entre os signatários estão a BM&FBovespa, a Vale, a Previ.
O PRI conta com 700 signatários no mundo, que possuem cerca de US$ 20 trilhões em ativos sob sua gestão. A Iniciativa que nasceu em abril de 2006 contando com 65 integrantes vem crescendo rapidamente, demonstrando o interesse cada vez maior dos investidores institucionais e gestores em aplicar os recursos de forma responsável para a sociedade e o meio ambiente."


Mais:


Download da publicação Princípios para o Investimento Responsável (aqui)
Conheça a lista de relatórios de sustentabilidade das empresas brasileiras (elaborada pelo site Sociedade Sustentável)